o ativismo fashion de oscar wilde
- melody erlea

- 7 de fev. de 2019
- 2 min de leitura
quando postei, umas semanas atrás, uma foto do franklin roosevelt de vestido e um texto sobre a história do azul e do rosa, o crush lembrou do oscar wilde e do rumor de que sua mãe queria tanto uma menina que o vestia com roupas femininas (na verdade, assim como roosevelt, ele só vivia numa época em que era comum pra crianças pequenas de qualquer gênero usarem vestidos). wilde cresceu pra ser, sim, um fashionista vaidoso, mas também referência literária, celebridade dandy e observador mordaz da sociedade em que vivia.
ele foi um dos primeiros defensores da reforma do dresscode social, tanto advogando por roupas mais práticas e confortáveis (especialmente pra mulheres) quanto alegando que a estética de nossas roupas afetava nossas almas e devia valorizar e respeitar as formas do corpo humano.
não tô nem brincando, mas oscar wilde foi a primeira consultora de estilo da história - ele respondia dúvidas de estilo em uma revista, descrevendo o desconforto e a tortura das roupas femininas e os erros de design dessas mesmas roupas, e propondo soluções. em seu ensaio "a filosofia do vestir" ele condena os formatos das roupas, que fazem do corpo humano uma caricatura. wilde afirmava que casacos masculinos deviam acabar na cintura, pra criar a impressão de pernas longas e elegantes, e que a mesma marcação devia ser aplicada às mulheres, cujas cinturas formam uma curva bela e delicada, e não o ângulo reto abrupto das saias e corsets.
foi com sua esposa constance, por volta de 1880, que oscar criou o conceito e as versões iniciais da "saia dividida", a primeira calça feminina do ocidente, que foi ridicularizada na época mas em 1910 já era usada por mulheres com o nome "saia pantalona". achei bem coco chanel vibes, né, só que algumas décadas antes, bem prafrentex.
na galeria: a saia pantalona do início do séc XX, uma ilustração de constance wilde com a saia dividida em 1884, um modelo de 1900 de calça feminina e, de bônus, pequeno oscar de vestido, cortesia da mamãe wilde.















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